A "Ecclesia Lux" (Igreja da Luz) é uma igreja de Maria Madalena (Ecclesia Magdalianna), sendo uma religião neognóstica, progressista, libertária, sinárquica e emancipadora, congregando em suas assembleias “pessoas humanas”, ou seja, aceitamos todos sem discriminação sexual e sem distinção de nação, cor e credo espiritual, pois existe somente uma única Divindade, indiferente ao nome ou termo que a ela se atribua.

Nossos cultos, chamados de "Cultos Sabático" e "Missas Dominicais", buscam explorar e reavivar o verdadeiro “primitivo cristianismo”, aquele cujo caminho é individual e cuja Apocatástase somente é conquistada pela Gnose, um conhecimento superior alcançado  apenas pelo mérito, não só pela fé.

“Neognóstica” ou “neognosticismo” é um termo utilizado para designar às religiões que propõe a praticar o "primitivo cristianismo místico", em especial a doutrina esotérica dos “Essênios”.

As atuais religiões neognósticas são aquelas que surgiram apenas no século XIX após o ressurgimento no cenário mundial dos evangelhos ocultos (chamados apócrifos) com suas doutrinas gnósticas.

Isto se deu especialmente em razão do aparecimento do livro “Pistis Sophia” (Sabedoria da Fé), um livro ditado diretamente por Jesus e cujo manuscrito original encontra-se preservado no Museu Britânico desde 1795.

O termo “Progressista” se refere a um conjunto de doutrinas filosóficas e religiosas baseadas na ideia de evolução e progresso, sem a influência dos paradigmas retrógrados que possam impedir o aperfeiçoamento da atual humanidade. 

O termo “Libertária” designa a proposta da liberdade individual de cada um dentro da coletividade, em contraposição ao autoritarismo e dogmatismo, que impõe regras limitantes à vida privada de toda coletividade.

A “sinarquia” surge em oposição a “anarquia”, pois, enquanto a anarquia nega toda e qualquer autoridade, a sinarquia reconhece uma hierarquia formada por várias autoridades, materiais e espirituais, cada um regendo o seu próprio nível evolutivo, estando no ápice da pirâmide a divindade, que é simultaneamente divindade feminina (Eloah) e divindade masculina (El); e na base da pirâmide a humanidade, imagem e semelhança dos deuses (os Elohim), e como tal, possuidora da sua própria autoridade dentro da hierarquia universal.

Como “emancipadora”, entendemos que a religião interna de Maria Madalena capacita o ser humano a se libertar da sua atual escravidão material, emocional e espiritual, emancipando-o dos falsos paradigmas para se tornar independente verdadeiramente, pois “todo homem e toda mulher é uma estrela” (entenda estrela como divindade).

O primitivo cristianismo foi uma "tradição gnóstica essênia" a qual os eleitos seguiam e praticavam com o objetivo de alcançar um estado espiritual de iluminação.

O caminho proposto pela "Ecclesia Lux" (Igreja Magdaliana) é aquele no qual se busca a autonomia espiritual através da heresia, isto é, através de um espírito questionador e rebelde, o qual se opõe à imposição dos dogmas que servem somente para escravizar a mentalidade da massa.

A Igreja de Maria Madalena é um dos ramos da tradição Neognóstica que tenta desenvolver a iluminação humana  através do caminho do meio (unindo a tradição do Ocidente com a tradição do Oriente).

Nossa filosofia religiosa é uma zona livre de dogmas, onde você poderá viver a religiosidade à sua maneira, usando ou não os nossos ensinamentos para viver uma vida melhor, com mais alegria, saúde e prosperidade.

Praticamos muitos ensinamentos das tradições Judaica, Cristã e também Pagã, tradições que usamos e praticamos à nossa própria maneira.

Se você já trabalha com alguma religião ou sistema esotérico, você será encorajado a ir bem mais longe e trabalhar com essa nossa visão de mundo livre, desenvolvendo a sua própria “sadhana” (prática religiosa).

Apoiamos os nossos seguidores a estarem engajados na criação da sua própria prática religiosa (sadhana ou abhyasa), pois cada um tem a sua própria compreensão da divindade e do sagrado (sagrado masculino e sagrado feminino). Somente assim, cada um terá o seu próprio método de comungar verdadeiramente com a sua divindade.

É aqui que a Igreja de Maria Madalena se insere, uma religião da liberdade, pois a função do conhecimento é libertar, jamais aprisionar e ou escravizar.



"Conheceis a verdade e a verdade vos libertará."

(trecho retirado do evangelho de João 8:32)




Neste sentido, Ieshuah não deve ser visto como uma "ovelhinha" sacrificada para nos salvar, mas como um "bode" rebelde, que mostrou o verdadeiro caminho que devemos seguir e ensinou as ações que nós devemos praticar para que, deuses novamente possamos nos tornar.



"Eu disse: Vós sois deuses, pois todos vós sois filhos do Altíssimo."

(trecho retirado do livro Salmos 82:6)




Infelizmente os cristãos atuais pensam que Ieshuah sofreu por nós, para permitir que nós pudéssemos pecar livremente e mesmo assim ser perdoados e salvos.

Esses cristãos são tão hipócritas, egoístas e fracos que pensam assim: “Meu Jesus Cristinho. Nós somos tão fracos que não conseguimos parar de realizar as nossas atividades pecaminosas. Por isto, por favor, sofra e morra na cruz por nós”.

O verdadeiro cristão gnóstico da Ecclesia Lux deve pensar diferente: “Quem sou eu para um outro homem pagar pelos meus pecados? Como um ser divino, caído pelo meu próprio erro, eu devo evitar as atitudes pecaminosas e reintegrar à minha condição inicial divina através do meu próprio esforço”.

Acaso a lei humana permite a um pai pagar pelo crime do seu filho?

Acaso isso seria justo?

Acaso essa seria uma proposta sensata, justa e racional?

Certamente Não.

Logo, quem comete um crime, deverá ser penalizado pelo seu ato, assim como, de modo semelhante, quem comete qualquer ato virtuoso, merecerá ser recompensado por sua atitude virtuosa.

O verdadeiro iniciado deve ser suficientemente maduro para assumir as responsabilidades dos seus atos e colher as consequências, sejam elas quais forem.

Para nós, da Igreja de Maria Madalena, essa é a lei mais justa emanada pela Divindade Inefável.

Da mesma forma a sua salvação, a sua redenção e a sua reintegração à condição divina original será como uma recompensa pelos seus próprios esforços, jamais um presente divino pago com o sacrifício de outra pessoa.

Evidentemente, a mensagem que Ieshuah nos legou estava em conformidade com a sua época, local e cultura particular; e era adequada para um grupo particular de pessoas. Mas não resta dúvida de que Ieshuah foi um exemplo de homem que demonstrou a forma correta de como e o que fazer para atingir a maestria e reconquistar a nossa natureza divina.

Como neognósticos, devemos buscar ao máximo:

- Manifestar ao mundo a luz da nossa sagrada divindade interior (sagrado feminino e sagrado masculino);

- Estudar e nos esforçar para adquirir o máximo de conhecimento, pois somente conhecendo a verdade poderemos nos libertar;

- Abominar todos os tipos de injustiças, inclusive o nepotismo e qualquer tipo de corrupção, pois a felicidade e a prosperidade está no sentimento do bem conquistado e não no bem propriamente;

- Dar ao corpo (simbolizado pelo termo César) o alimento e o prazer que ele necessita; e ao nosso espírito (simbolizado pelo termo Deus) o alimento sagrado que é próprio da sua essência espiritual.

- Seguir como um norte (não como um dogma) os ensinamentos gnósticos legados pela discípula predileta e amada, Maria de Magdala, a apóstola dos apóstolos.