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Foto do escritorIr. Jules Boucher

A iniciação e meu novo nome iniciático


Neste dia em que meus esforços são coroados com minha consagração como cavaleiro, deixo minhas singelas e sinceras reflexões sobre minha iniciação à Câmara de Sublime Cavaleiro de Volta à Perfeição, no Colégio dos Mestres Secretos e Perfeitos.

 

Diante dos muitos mistérios da vida, compreendo que estamos sempre aprendendo, dia após dia, noite após noite, pois a maior das iniciações espirituais é a própria vivência como seres humanos em suas três esferas existenciais (intelectual, emocional e instintiva).

 

A verdadeira iniciação nos leva a subir sempre um nível a mais em nossa consciência, expandindo-a durante o percorrer desse caminho que nos conduz à verdadeira maestria, tornando-nos enfim mestres de nós mesmos.

 

E é assim, dessa forma, que eu enxergo a senda iniciática, percebendo que em cada cerimônia de iniciação nos é fornecida uma nova chave esotérica, chave que abre as portas internas que dão acesso à luz da nossa própria alma.

 


Ultrapassando as portas que correspondem cada uma das nossas personalidades mundanas (e que Louis Claude de Saint Martin simbolizou como máscaras), superamos barreiras que nos impedem de acessar as verdades espirituais, verdades que não são encontradas em nenhum livro físico escrito por mãos humanas, mas estão nas páginas do livro íntimo de nosso próprio ser, cujo principal capítulo o mestre Saint Martin designou como sendo a gnose do nosso coração.

 

A via cardíaca proposta por Louis Claude de Saint Martin é a mesma via cavalheiresca proposta pela maçonaria esotérica, uma via interior a qual a nossa consciência percorre até encontrar a pedra oculta, a alma divina ou Cristo interior, cuja luz são as virtudes espirituais. Entretanto, para acessar essa câmara secreta, devemos estar preparados para enfrentar o guardião do umbral, o grande juiz que irá julgar nossos méritos lendo o livro da nossa vida.

 

Assim, somente acessaremos essa câmara iluminada pelo virtuoso brilho de nossa alma, se nós formos sinceros durante todo percurso e trabalho iniciático.

 

É então que durante esse meu percurso iniciático que eu me deparo com mais uma chave iniciática, fornecida no grau onde são forjados os Sublimes Cavaleiros da Volta à Perfeição.


Neste grau eu compreendi que o sagrado é uma poderosa força interior de onde tudo provém, tanto a força moral que nos faz persistir no caminho do bem, quanto a força original primeira, criadora de todo universo, visível e invisível.

 

O sagrado é a grande chave mestra à consecução espiritual, seja para o nosso êxito pessoal como almas espirituais humanas encarnadas, seja para o nosso êxito iniciático como almas divinas caídas em processo de retorno ao lar celestial.

 

Logo, é somente desvelando, encontrando e compreendendo o sagrado em nós, que poderemos então prosseguir com o aprendizado das verdades espirituais e dos mistérios intrínsecos que ainda se encontram ocultos em nós, conhecimentos que nos conduzirão à maestria.

 

Muitas vezes, talvez decepcionados diante das centenas de organizações que prometem a verdadeira iniciação, mas oferecem apenas ilusões, questionamos a natureza dessa verdade espiritual  interior (gnose) e se ela realmente existe.

 

Perante tais questionamentos, eu me deparei com as instruções fornecidas pela maçonaria esotérica de Cagliostro, mundialmente conhecida como Primitivo Rito de Mitzraim e Memphis, a qual por séculos transmite um método, uma fórmula tradicional que permite ao sincero buscador alcançar a verdadeira iniciação, uma iniciação que é difícil descrever com palavras humanas, pois ela está em contato direto com o “Nome Sagrado”, cujo poder e interpretação as diversas e distintas tradições religiosas no mundo tentaram ensinar (sem profanar) através do simbolismo do nome de quatro letras.

 

Assim temos:

 

- YHWH: Nome sagrado de Deus na tradição judaica.

 

- ALLAH: Nome sagrado de Deus na tradição islâmica.

 

- VISH: Nome sagrado de Deus na tradição hindu e que em latim se traduz como Vishnu.

 

- DEVI: Nome sagrado da Deusa na tradição hindu.

 

- ZEUS: Nome sagrado de Deus na tradição mitológica grega.

 

- THOR: Nome sagrado de Deus na tradição mitológica nórdica.

 

Diante desse breve exemplo dos nomes divinos de quatro letras, também denominado Tetragrama Sagrado, concluímos que eles velam em seu íntimo a verdadeira sacralidade, o verdadeiro poder, o logos ou verbo divino que os iniciados ocidentais revestiram no anagrama ISHUA (Jesus), nome de cinco letras que revela ou desvela escancaradamente o segredo do nome divino ou nome sagrado, ou seja, a rosa que deve nascer no meio dos quatro braços da santa cruz, o fogo Schin que deve brotar e iluminar o humano no seio do tetragrama sagrado IHVH, isto é TE TRA GRAM MA TON.

 

Falar mais, seria profanar!

 

O que nos cabe aqui é compreender que o nome sagrado é o que é, e sempre será, ontem, hoje e sempre, por todos os séculos dos séculos, amém.

 

Nós, buscadores da verdade arcana, vivemos e viveremos sempre em função deste nome sagrado, que é origem e fim do ser, consagrando a divindade em nós para além do tempo e espaço.

 

Diante a tudo que foi exposto, para encerrar este trabalho, exponho a minha conclusão de que na iniciação (ou iniciações), nós aumentamos a nossa percepção do sagrado em nós, sagrado no qual temos a nossa origem e existência, pois o sagrado está em nós assim como nós estamos no sagrado.

 

De forma análoga, assim como o universo contém o planeta Terra, a própria terra é um universo (um mundo) em si, em menor escala e guardadas as devidas proporções. Logo, estamos em Deus, ao mesmo tempo que somos deuses (Salmos 82:6).


Ao ser iniciado no grau Cavaleiro Sagrado de Volta à Perfeição no Colégio dos Mestres Secretos e Perfeitos, fui honradamente consagrado com o título de “Equex a Verum Pax” (Cavaleiro da Verdadeira Paz).

 

O cavaleiro da verdadeira paz nada mais é do que um homem nobre, honrado e de bons costumes (cavaleiro), cuja principal virtude divina (aquela que a sua alma manifesta no mundo) é a verdadeira paz, a paz profunda, a paz de Cristo, a verdadeira paz de Deus, aquela somente conquistada após trilhar grande parte do caminho, aprendendo com as vicissitudes, isto é, aprendendo com os erros e com os acertos, com as vitórias e também com as derrotas, entretanto nunca desistindo, pois com persistência e humildade ele continua a trilhar o seu caminho de retorno à perfeição perdida, doravante tendo o sagrado interior como o seu principal guia (não mais os mestres exteriores).

 

Fui honrado com o nome daquele cavaleiro que aflorou em si a verdadeira paz profunda, aquele que se nutre com os elementos da terra sem desequilíbrio, que bebe as águas do conhecimento sem se embriagar, que queima o fogo divino em seu coração sem profaná-lo sexualmente, e que aprende com os ouvidos da alma os sopros gnósticos das divindades aéreas.

 

Doravante, como “Eques a Verum Pax”, deverei zelar ainda mais pelo sagrado, sagrado exterior e interior, um bem imensurável desvelei nessa atual fase da minha caminhada iniciática, uma virtude divina de minha alma que deve beneficiar não somente a mim, mas a todos os irmãos à minha volta.

 

Meu coração se enche de júbilo diante deste nobre dever iniciático de cavaleiro, pois o cavaleiro da verdadeira paz é um título honorífico que remete à minha verdadeira busca iniciática, a paz profunda interior, que somente será alcançada quando a luz emanada pela minha alma desabrochar no centro da cruz corpo.

 

Na paz eu me encontro; na paz eu me vejo e na paz a luz do meu sagrado me guia dentro da senda da Augusta Cavalaria Espiritual.


Autor: Irmão “Eques a Verum Pax” (Charles Franklin – 4º/7º)


OBSERVAÇÃO: Este artigo foi elaborado pelo irmão Charles Franklin, corrigido e revisado pelo irmãos Welder, sob inspiração e supervisão direta do FR+ Irmão Leigo.

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Invitado
29 may
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Muito inspirador lindo gratidão pela mensagem

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