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Renato Ferreira

"A PEDRA BRUTA DO MAÇOM"

A.'.P.'.R.'.O.'.R.'.M.'.M.'.

SOBERANO SANTUÁRIO BYZANTIUM

GRANDE LOJA MÃE E MESTRA ASAR

RESP.'.  TR.'.  THOT Nº 03 – OR.'.  SÃO PAULO/SP

TEMA: A PEDRA BRUTA DO AP.'. M.'.

Autor: Renato Ferreira - ( 1º ) Ap.'. da Art.'.



Irmãos.


A pedra bruta é o próprio homem no seu atual estágio evolutivo, que após sua queda neste plano denso (mundo material grosseiro), vem ao longo de sua vida acumulando vícios, tais como os preconceitos, superstição religiosa, ganância, futilidades, paixões desenfreadas, misérias morais, avareza etc. defeitos que necessitam serem extirpados, eliminados de si para que a sua verdadeira luz íntima volte a brilhar.


Logo, é na sua pedra bruta que o aprendiz maçom deve focar todo o seu trabalho, encontrando e reconhecendo através da meditação os seus defeitos internos, sobre os quais deverão ser destinadas todas as suas ações.


Diante ao supradito, na maçonaria (maçonaria esotérica) a pedra bruta simboliza o homem (pedra) e suas imperfeições (arestas que tornam bruta a pedra), isto é, defeitos que eclipsam o brilho da luz do nosso espírito (manifestada pela mente) e dificultam a manifestação das virtudes da nossa alma (originadas no coração).          


Trabalhar na pedra bruta, transmutando-a em pedra cúbica e depois em pedra polida, demanda tempo delongado e muita dedicação, algo que nem todos os iniciados estão dispostos dedicar e ou conseguem realizar. Mas aqueles que a este trabalho se dedicam, encontrarão algumas ferramentas que o auxiliarão e facilitarão o seu trabalho, destacando-se o "malho e o cinzel".


O simbolismo esotérico dessa pedra bruta causa bastante impacto durante o ritual de iniciação, suscitando alguns questionamentos interiores no iniciado, dentre eles:


1. lapidar a pedra bruta seria o mesmo que lapidar a nossa mente e o nosso coração?


2. Construir o cubo perfeito seria o mesmo que deixar uma boa obra como legado no mundo profano?


Após iniciar na ordem maçônica, inicialmente optei por passar alguns anos adormecido, meditando nestes questionamentos, tentando achar minhas próprias respostas que pudessem fortalecer a minha vontade em permanecer na Ordem e realizar de forma correta este trabalho de autocorreção.


Apesar de carregar comigo muitos princípios e simbolismos maçônicos, dediquei muito tempo na construção de minha vida material, colocando de lado e ou não dedicando tanto tempo à construção do meu templo interior. Mas com o passar dos anos, fui compreendendo que além do cinzel (símbolo da razão, da inteligência, dos pensamentos que guiam os passos humanos) eu também precisava usar o malho (símbolo da ação, da força de vontade, da atitude) para equilibrar minha vida nas três pontas do triângulo, isto é, equilibrar o material, o emocional e o espiritual, pois somente equilibrando nossa vida nas três esferas de existência poderemos realmente conquistar a paz profunda e sermos felizes na verdadeira concepção desse termo.


Em suma, se a vida material não for guiada pela disciplina espiritual, nós jamais conquistaremos progressos materiais como seres humanos, tampouco evolução espiritual como iniciados. Na vida emocional a mesma lei se aplica.


Compreendi que somente aplicando o malho (ação) sobre o cinzel (intelecto que guia nossa ação) no trabalho de desbastar da pedra bruta que se alcança algum resultado produtivo.


Mas o que exatamente se busca desbastando a pedra bruta?


Hoje entendo que a pedra bruta não é apenas o "EU", o humano, mas todo projeto humano. E quando se diz desbastar a pedra bruta, este trabalho (como foi dito anteriormente) é algo realizado nas três pontas do triângulo, isto é:


1ª ponta do triângulo: Desbastar a pedra bruta na primeira ponta do triângulo seria buscar o aperfeiçoamento dos projetos pessoais e profissionais, planejando com a mente (simbolizada pelo cinzel) e trabalhando, aplicando todas as nossas forças (simbolizadas pelo malho) no objetivo traçado.


2ª ponta do triângulo: Desbastar a pedra bruta na segunda ponta do triângulo seria buscar o aperfeiçoamento da nossa vida amorosa e religiosa, escolhendo com a razão (simbolizada pelo cinzel) a melhor egrégora ou a companheira ideal; e nos esforçar ou aplicar todas as nossas energias (simbolizadas pelo malho) para que a nossa vida emocional e devocional dê bons frutos.


3ª ponta do triângulo: Desbastar a pedra bruta na terceira ponta do triângulo seria buscar o aperfeiçoamento mental, intelectual e espiritual, dedicando todas as nossas forças (simbolizadas pelo malho) ao estudo (cinzel) daquilo que realmente irá somar ou acrescentar à nossa evolução e erudição.


Eliminar os vícios, transmutar os defeitos nas suas virtudes correspondentes, transformar as baixas paixões no amor elevado e altruísta, são ações ou trabalhos iniciáticos simbolizados pelo termo "desbastar a pedra bruta", lembrando que somente este trabalho de "desbastar a pedra bruta" nos permite construir uma pedra cúbica, que simboliza o fundamento basilar da moral e virtudes, cujo brilho mostrará a beleza da obra maçônica para toda a humanidade que me reconhecerá como tal, um maçom, não pelos diplomas, mas pelas minhas boas obras e ações virtuosas.



Para encerrar essa peça de arquitetura, finalizo dizendo que o Maçom somente irá obter sucesso em sua jornada iniciática quando compreender a necessidade dele usar os instrumentos maçônicos disponíveis (malho e o cinzel ou a ação guiada pelo intelecto) para trabalhar na lapidação da sua pedra bruta.


Além disso, o iniciado deve somar ao seu trabalho a prática da "meditação", um convite feito pela fórmula V.I.T.R.I.O.L. de Visitar o Interior da sua Terra, Retificando seus vícios para encontrar o brilho do seu EU divino oculto, o seu verdadeiro "eu divino interior".


Somente trabalhando, estudando e meditando permitirá ao iniciado maçom encontrar a sua pedra filosofal (pedra angular) dentro de si, tornando-se futuramente num livre pensador, qualidade ou título atribuído somente aquele que conquistou autodomínio através do autoconhecimento, vencendo as trevas interiores com as luzes da razão, libertando-se da escravidão imposta pelos dogmas e da imperfeição dos instintos, defeitos limitantes representados pela pedra bruta.


Autor: Ir.'. Renato Ferreira - ( 1º ) Ap.'. da Art.'.

Correção e orientação: FR+ Irmão Leigo

           


BIBLIOGRAFIA:

 

A SIMBÓLICA MAÇÔNICA – Jules Boucher

RITUAL DO APRENDIZ MAÇOM – J. M. Ragon

A VIDA OCULTA NA MAÇÔNARIA – Leadbeater

CADERNO DE ESTUDOS – APRORMM


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Nobre Ir∴ Renato: Plasmamos aqui gratidão à Egrégora por nos agraciar com luminares rumo ao fulgor como o Ir∴ e as demais Irmãs que nos brindam com vossas vindas e aprendizado. G∴A∴D∴U∴ siga nos iluminando nessa união. (Como dito alhures, me reservo de avaliação pois peregrino em aperfeiçoamento aqui). TFA.

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