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Foto do escritorIrmão Leigo

OS TRÊS GRAUS MAÇÔNICOS E SUA RELAÇÃO COM AS TRÊS PARTES DA ALMA HUMANA


Caros Peregrinos.


A maioria, não todos, (maçons e não maçons), desconhecem o trabalho iniciático realizado nos três graus simbólicos da maçonaria e seus benefícios às três partes da alma humana.

Transmutação do velho homem (chumbo) no novo homem (ouro)
Iluminação Mística

É sobre este trabalho iniciático dentro da maçonaria que trataremos neste artigo.


Graus Simbólicos


No Grau de Aprendiz Maçom, o obreiro trabalha sobre a Pedra Bruta, símbolo deste grau e que representa seu ego..


Neste trabalho sobre a pedra bruta, será entregue ao aprendiz duas ferramentas, o malho e o cinzel.


O primeiro grau maçônico, o grau de aprendiz, corresponde a Nefesh, ou seja, à esfera da alma humana que se ligar ao corpo material ou corpo físico do homem.


Antes de prosseguir, devemos esclarecer o leitor sobre a constituição da alma humana, segundo a cabala.


O estudo cabalístico nos ensina que a alma humana é dividida em três partes:



1. Nefesh;

2. Ruah;

3. Neshamah.


Cada uma dessas partes se origina em uma Sefirah diferente.


Nefesh é a parte da alma humana, que vivifica, dá vida ao corpo físico, sendo que Nefesh tem sua origem na Sefirah Malkhut.


Nefesh é a sede dos prazeres físicos e dos desejos sensuais, e por isto Nefesh é considerada a alma instintiva ou alma animal do ser humano.


Para dominar a esfera de Nefesh e passar ao próximo nível, o aprendiz maçom necessita do malho e do cinzel, ou seja, da força de vontade (malho) e do conhecimento (cinzel), conhecimento da lei que irá guiar seus passos e limitar seus instintos.


Desbastando a pedra bruta, ou seja, dominando e regulando seus instintos na esfera de Nefesh, o aprendiz maçom obtém o merecimento para seu aumento de salário. Então ele é elevado a companheiro maçom, grau ao qual ele recebe a régua e a alavanca.


Devemos esclarecer o leitor de que a régua de 24 polegadas corresponde ao tempo, ou seja, as 24 horas do dia que temos para trabalhar; e a alavanca corresponde ao poder da concentração, necessário a todo aquele que deseja completar seu trabalho com êxito, pois a falta de foco e concentração são os piores inimigos da perfeição.


No Grau dois o companheiro deve polir a pedra cubica desbastada no grau um, para fazê-la brilhar, colocando-a no seu devido lugar no templo utilizando a alavanca. Este trabalho realizado pelo companheiro maçom corresponde à esfera cabalística Ruach.


RUACH significa "vento, respiração, espírito", portanto, é a alma espiritual humana, a quintessência pensante, o intelecto simbolizado que é representada pela quinta ponta do pentagrama flamejante.


Portanto Ruach é o centro do intelecto e a razão (racionalidade), que permite ao companheiro transcender a sua existência animal instintiva.


Ruah tem origem na esfera cabalística Tiferet e por esta razão, Ruach corresponde a capacidade intelectiva do livre arbítrio, ou seja, é o poder de distinguir entre o bem (Pentagrama) e o mal (Pentagrama invertido).

A consciência na esfera de Ruah somente ocorre após o iniciado ter trabalhado constantemente e por muito tempo para elevar os seus desejos acima da esfera material.


Aqui o iniciado não pensa apenas em subsistência (alimento para o corpo físico) mas passa a buscar algo mais (alimento para sua alma, pois "nem só de pão viverá o homem")..


O homem aqui foi qualificado por Saint martin de o "Homem de Desejo".


Nessa fase, as artes liberais são imprescindíveis ao companheiro maçom que deseja despertar ou alcançar a sua terceira esfera de existência, Neshamah ou grau de Mestre Maçom.


Despertar Ruach corresponde à abrir o coração, fazendo o companheiro ter a percepção direta da imensurável vastidão da consciência.


Alcançado este estado, ele merece aumento de salário a Câmara do Meio.


Ao contrário do que muitos pensam, o grau três não corresponde a morte, mas a vida, ao renascimento, a ressurreição e por esta razão possui direta relação com a esfera de Neshamah, quando o sol alcança o ápice e expulsa definitivamente todas as sombras e trevas (ignorância e vícios).


Essa terceira parte da alma humana, Neshamah, é conhecida como a alma espiritual e santa do homem, é sua centelha divina que desperta e o faz sacrificar o conforto material pelo bem, pela verdade, pela justiça.


Neshamah é uma centelha oriunda da sephira cabalística Binah e corresponde a letra hebraica Shin, a mesma letra Shin que no centro de Jeova (JH Shin VH), resulta no nome Jesus (JeShuaH), o verbo divino que desceu à terra e trouxe vida eterna a alma humana.



E não foi isto o que ocorreu com o Mestre Hiram Abiff,

aquele que sacrificou a vida terrena pela verdade, justiça e virtude,

e por este sacrifício alcançou a imortalidade?



Neshamah é literalmente o fogo espiritual (Shin) que purifica e eleva a alma humana, sendo, portanto, a ponte que liga o homem ao mundo celestial, conecta o homem a consciência divina.


Todos nós, humanos errantes, temos o mesmo potencial para despertar os três graus da alma, conforme os três graus maçônicos.


Porém, conforme dizem os cabalistas, estes graus não são automaticamente ativados em todas as pessoas.


Nefesh está ativa em todos, mas as outras duas partes (Ruach e Neshamah) somente são ativadas pelo merecimento.


Ruah e Neshamah somente são encontradas no homem que acordou para a espiritualmente e por isto, passou a trabalhar e a dedicar mais esforços para o desenvolvimento do seu intelecto e à pratica da religião (meditação e comunhão com o sagrado).


Enquanto Ruah somente será despertada no momento em que o homem conseguir se elevar acima das suas necessidades carnais, Neshamah (spiritus), que é a parte mais importante dentre todas, somente será despertada no homem que se esforçar para alcançar a retidão dos atos, purificação dos sentimentos e elevação dos pensamentos, ou seja, o iniciado que aplicar a Torá (lei) nas ações cotidianas, que refletir nas instruções místicas do evangelho e se preciso for, sacrificar sua matéria pela verdade, por aquilo que é nobre, virtuoso e justo, aproximando-o mais da sua natureza divina e por consequência, distanciando ainda mais da sua natureza satânica animal.


Eis a importância dos três graus maçônicos para as três partes da alma humana.


Depois disso, tocaremos a esfera de Chayá (emanada de Chochmah), que é o nível da sabedoria inata da alma (Gnose).


E por fim alcançamos o nível de Yechidah (emanada da Sephira Kether), esfera na qual nos sentimos uno ou reintegrado à divindade, algo que somente ocorre com Mashiach ou Christo, aquele que se tornou um só ser com o Pai Celestial.



FR+ Irmão Leigo


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