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O Divino Rabi da Galiléia em sua qualidade de Supremo Iniciador disse a Nicodemos:
- "É necessário nascer da Água e do Fogo (Espírito Santo), nascer novamente ou renascer (das próprias cinzas) para entrar no Reino dos Céus."
Nicodemos, cujo nome é de origem grega e ele próprio provavelmente de descendência grega, era doutor da Lei, indagou ao Divino Mestre:
- "Sendo eu velho (cheio de experiência e conhecimento do mundo) terei de entrar no ventre de minha mãe novamente para nascer de novo...”
Essas são instruções contidas no evangelho gnóstico de João. Seguindo o traçado vemos aqui um emblema ou representação formal sobre o processo que culmina com a Alta Iniciação Crística ou Cristificação, em hebraico é o nível Peshat ou aspecto literal e formal da instrução. Temos uma alegoria ou outra forma de falar sobre a preparação Iniciática, uma Idéia ou parábola que se associa a outras Idéias que ampliam a compreensão do tema, em hebraico é Remez ou associação de conceitos e por fim temos um símbolo onde a instrução deve se conectar com a Ipinóa da Luz em Nicodemos e assim ele consegue extrair Sumum Bonum e levar a pratica da instrução em sua vida.
Esse nível é em hebraico Drash ou extração do óleo sagrado. Contudo Nicodemos, no nível de peshat conseguiu entender que devia entrar novamente no ventre de sua Mãe mas nada além disso, onde Rabi lhe disse:
- "Te falo de coisas terrenas e não entendes mesmo sendo doutor da Lei, o que dirá coisas celestiais" (nível Sod e Chaya)!
Para entender essas Coisas vamos ao Salmo 88 e ali veremos descrição da cripta da pirâmide ou ventre materno da terra onde iniciamos nossa busca pela Pedra Oculta; e isso nos lembra o ritual Brâmane em que o sacerdote dá 108 voltas ao redor da Vaca Sagrada e entra em seu ventre para nascer de novo.
Assim o ventre materno é a sepultura ou cripta, onde experimentamos os terrores e temores da Mãe Morte (o principio da sabedoria é o temor do Eterno). poucos sabem, mas nossa alma continua em período de gestação no útero da grande mãe Ísis, Maya, Maria!
Por fim o processo da morte mística ou "Solidão do Um" tem seus sinais e esses sinais estão acontecendo aqui e agora em nossas vidas, pois muitos se iniciaram formalmente na Sublime Ordem e nem sequer lograram entrar na Cripta e os que entraram talvez não saíram dela ainda.
O sal nos lembra o sabor da vida quando enfrentamos nosso reflexo no Espelho e a cristalização da Virtude em nós.
O enxofre nos lembra o fogo granulado dos vulcões (mito de Hefestos) que é a oração e também a sublimação das virtudes por meio das provas.
Ampulheta nos lembra o ciclo natural, onde a energia flui e reflui, indica-nos agora o final dos tempos pois o Irmão se aproxima da cripta para ver se logramos firmar nosso Testamento com sangue e sair dali ou ficar ali até apodrecer.
A caveira é o Adam caído e despido em meio a sua vida penosa e descarnada, que deve morrer aqui e agora, a gadanha é o rompimento gradual com o demônio interior, com o mundo e a carne (desejos descontrolados).
O galo ou Gaio é a aurora de um novo dia revestido de Cristo (Constância) e estar vigilante tal como ensina o Apostolo Paulo.
A roda da vida é a assim chamada gaiola adâmica ou peregrinação pelo SAMSARA como também o ciclo das forças evolutivas e involutivas do Arcano 10, assim o ponto da função de onda mais elevada se conecta com a mais baixa para obter a revolução da consciência ou Integração (cálculo infinitesimal), o fluxo derivativo da energia pode tornar-se um colapso da função de onda, pois nosso tempo passa mais rápido que o nosso pó.
A luz sepulcral nos lembra que o que sabemos é nada e só o retorno a Verdade nos liberta.
As frases de advertência anunciam os percalços e angustias do Caminho, o Pão é Supersubstancial na Sabedoria e a água nos lembra a Vida e o domínio das emoções, em sua Essência é o fogo que habita na água.
Depois de vencer tudo isso, descobrimos que nada sabemos e resta a esperança de receber a Luz.
Por: Paulo Urbano
Fonte: Manual de Aprendiz da Arte, Sagradas Escrituras
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