Conforme nos ensina JULES BOUCHER em sua obra magna Simbólica Maçônica, "... o esquadro representa o mundo material...", logo, interpretamos o esquadro como uma ferramenta passiva formada por duas retas perpemdiculares que se encontram e por isso representam o entrelaçamento ou o encontro da energia positiva ou do universo cósmico espiritual com a energia negativa ou universo físico material.
O ângulo entre as duas retas tem a medida de 90º graus e corresponde ao caminho distante entre da horizontal até a vertical, ou seja, é o caminho evolutivo percorrido pelo iniciado dentro do limite de 90º.
Logo, o ângulo de 90º, chamado em geometria de "ângulo reto", corresponde, por analogia, à virtude ou à retidão necessária para evoluir no percurso iniciático proposto na senda iniciática e na vida pessoal ou espiritual da buscador. Dessa forma, os 90º graus do esquadro também podem representar a moralidade, a ética e a imparcialidade que o iniciado deve ter dentro e fora da loja maçônica.
Com relação ao compasso, JULES BOUCHER ensina que "... o compasso simboliza o espírito...", logo, nós interpretamos o compasso como sendo uma ferramenta composto por duas retas diagonais unidas por uma cabeça.
Nessa nossa visão, os dois braços simbolizam as duas energias astrais, a energia positiva OD e a energia negativa OB, que juntas ou unidas na cabeça, resultam na luz astral AUR.
Essas duas energias são muito bem simbolizadas no caduceu de Thot-Hermes, representando não apenas as energias astrais, mas as energias binárias que circulam no corpo humano, conforme a figura ilustrativa abaixo.
Também podemos interpretar os dois braços diagonais do compasso como sendo o pensamento e a cosnciência humana, que juntas traçam no plano horizontal um círculo de 360º graus, simbolizando com isso o limite que o gênio humano pode atingir.
O círculo é o antigo símbolo do deus Sol, sem considerado infinito por não ter começo nem fim. Porém, para ser traçado um círculo, o compasso marca um ponto no centro, registro indelével do começo e algo que deverá evoluir até o limite demarcado pelo círculo. Logo, o círculo com o ponto no centro simboliza o começo da vida (ponto) que deve evoluir sua consciência dentro desse universo tangível (círculo).
Unindo o esquadro ao compasso, chegaremos ao princípio quaternário denominado pelos antigos como Tetragrama Sagrado, que posto em movimento intitula-se TETRAGRAMATON, isto é, a Vida emanada por Aton evoluindo nos quatro reinos da natureza.
Concluíremos que o esquadro divide e delimita a vida em quatro fases ou estágios, uma lei ciclica quaternária que podemos indicar como:
Evolução espiritual através dos quatro reinos: Mineral, Vegetal, Animal e Hominal.
Evolução humana nos 4 períodos da vida: Infância, Juventude, Adultíce e Velhice.
Evolução planetária nas quatro estações: Primavera, Verão, Outono e Inverno.
Cristalização da energia espírito em quatro elementos: Fogo, Ar, Água e Terra.
Se temos o início da evolução da vida com o ponto no centro do círculo, nós teremos o seu desfecho em 360º graus, quando o espírito passou pelos quatro reinos (mineral, vegetal, animal e hominal), vivendo as quatro fases da vida humana (infância, adolescência, idade adulta e a velhice), desabrochando sua alma no centro dessa cruz.
É exatamente quando a alma atinge os 360º graus da sua evolução dentro do universo tangível, que ela se liberta das amarras que a aprisionam neste mundo e vai habitar outras esferas ou dimensões existenciais, hoje ainda desconhecidas pelo homem e a sua ciência acadêmica.
Para encerrar, entendemos como obrigatório completar este artigo com a nossa interpretação da posição do esuadro no primeiro grau maçônico, de Aprendiz Maçom.
Percebam que o esquadro está colocado acima do compasso, simbolizando claramente que a matéria sobrepõe, impera, domina o espírito. Essa é a condição do aprendiz, um ser no qual o espírito e sua mente ainda trabalham para satisfazer a vontade instintiva do seu corpo. Por tal razão, o trabalho do aprendiz é o de desbastar a pedra bruta, extirpar de si os defeitos carnais para que o brilho espiritual da sua pedra se manifeste com maior intensidade.
A minha interpretação feminina, uma humilde aprendiz maçom adotada, fundamenta-se nos princípios e leis legados pelos mestres do oriente, que ensinam que o princípio feminino (chamado Yin), tem como característica natural "NUTRIR", dando forma e base ao princípio masculino (chamado Yang).
Yin é dormir e descansar à noite para que o Yang tenha forças e possa se manifestar durante o dia.
O Yin também corresponde à forma adequada para que Yang possa existir e ser perfeita.
Quando atuamos com princípios de virtude e retidão, isto de acordo com as leis cósmicas, damos base para que o sagrado, o divino se manifeste em nós.
Da mesma forma, somos nós mulheres, a base, a forma, o centro, a estrutura corporal dos nossos núcleos sociais e familiares. Assim, somente através da nossa retidão e uso das virtudes, todos poderemos nos aperfeiçoar, evoluir e alcançar a perfeição.
Irmã Sigrdrifa Wotanrova
Excelente explicação gratidão
Parabéns e gratidão por esta expositiva que abrilhanta nossa caminhada, Nobre Irmã.