Caros buscadores da verdade.
Os ensinamentos esotéricos da tradição iniciática primordial foram perpetuados através dos séculos através de mitos, lendas e alegorias, apresentando verdades arcanas numa linguagem mais velada, porém ampla, sendo uma forma de preservar a tradição dos olhos curiosos dos profanos e simultaneamente transmitir tais verdades ao buscador, que tem o dever de desvelá-las.
Sendo assim, a maioria dos mitos, lendas, alegorias, contos, histórias e parábolas, possui a mesma língua e objetivo, despertando no neófito as verdades latentes que se manifestam nele através da gnose.
A Lenda de Hiram é um legado da “Câmara do Meio”, um grau maçônico no qual o iniciado acessará o mistério da vida e da morte, isto é, a ressurreição da alma imortal.
Hiram pode ser compreendido como sendo o nosso mestre interior, ou ainda o nosso “eu divino” desperto, a nossa essência que não se corrompe, pois ela tem uma natureza superior e divina.
Os C.C’. traidores correspondem aos nossos vícios, defeitos do ego humano, que querem ser mestres sem merecimento, e por isto desviam nosso “EU” do caminho reto.
Podemos também representa-los na via alquímica como sendo os metais inferiores ou infernais querendo roubar a luz do ouro celeste ou divino, sem a purificação necessária.
A mito se fundamenta na construção do Templo do Rei Salomão, templo dedicado ao culto do Eterno e veneração do sagrado, que são os princípios, ideais e esforços de gênero espiritual.
A construção do referido templo Salomônico é senão a construção do nosso próprio templo, nossa alma, concretizando a perfeita união dos nossos três corpos - físico, astral e espiritual.
O personagem Hiram corresponde a alma virtuosa que ressuscita imortal na verdejante Ac.’. .
Todo buscador, iniciado na arte real, deve se espelhar neste personagem magnânimo, defendendo com a própria vida a verdade, a virtude e a justiça.
Somente vencendo a si mesmo, podemos nos tornar livres, livres pensadores, isentos dos dogmas e das superstições impostas pelo ego.
O mito de Hiram nos mostra que somente morrendo para vida profana (mundana) podemos ressuscitar para uma vida verdadeiramente espiritualizada.
O sepulcro de Hiram corresponde ao corpo físico onde nossa alma está presa, assim como o ataúde de ouro descrito no mito de Osiris, onde ser irmão Set o aprisionou.
E da mesma forma que Hiram e Osiris ressuscitaram, assim como Cristo crucificado ressuscitou, nossa alma também um dia irá ressuscitar imortal.
Osiris, Hiram, jesus, Odim, todos são mitos de um mesmo ensinamento solar de alquimia espiritual, na qual a morte é transmutada em vida através do sacrifício e ressurreição.
Todos esse mitos são histórias iniciáticas que repetem uma única verdade, a imortalidade da alma através da virtude!
Apesar de distintas roupagens colocadas pelas épocas, culturas e níveis de consciência dos autores, devemos sempre seguir o velho axioma:
QUEM TEM OLHOS QUE VEJA, E QUEM OUVIDOS QUE OUÇA!!!
O LEITE É APENAS DADO AS CRIANÇAS
MAIS O ALIMENTO SÓLIDO É DADO AOS ADULTOS!
Ir.'. Jules Boucher
Parabéns pela bela Peça de Arquitetura. Uma explanação sucinta e muito profunda sobre o tema!