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Foto do escritorIrmão Leigo

ORDO AB CHAOS


ORDO AB CHAOS

(A ordem vem do Caos)


Caríssimos.


O Grande Arquiteto do Universo criou o mundo, colocando em Ordem o Caos (que havia antes da criação do Mundo).


Assim lemos no capítulo UM do livro Gênese: “No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia (Caos); e havia trevas sobre a face do abismo. E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a Luz era boa (ou seja, as trevas eram más). E fez Deus separação entre a luz e as trevas.”


O Grande Criador colocou Ordem a partir do Caos, do nada, apenas com a Luz da sua mente imaginativa, que a tudo criou, iniciando o seu trabalho, arquitetando e construindo o seu Templo, o Universo, e os seus sacerdotes, a humanidade.


Na teologia grega, porém, o Caos era tudo o que existia antes do surgir do universo (o Vazio ou o Nada), de forma similar a teologia do Antigo Testamento, que afirma sobre a terra ser “sem forma e vazia”.


É da desordem que nasce a ordem: "ORDO AB CHAOS".


O homem, como sacerdote do templo divino (universo), tem o poder de também criar o seu próprio mundo, pois o homem foi criado “à imagem e a semelhança” de Deus.


É aqui onde encontramos na célebre frase de Friedrich Nietzsche: - “E o homem, em seu orgulho, criou Deus à sua imagem e semelhança.”


Do seu temor diante as adversidades naturais do mundo, o humano criou seus deuses, isto é, o deus da guerra para incentivar os soldados irem à guerra, a sua deusa da fertilidade para garantir uma boa gestação, um deus da prosperidade para prover os alimentos em períodos de escassez etc.


E assim, através da lei de “Causa e Efeito”, o homem foi criando os seus deuses, que acompanharam e regularam a vida dos seres para a sua evolução durante suas experiências que foram vividas neste mundo da forma, desdobrando-se ao longo de milênios, de forma a ajustar e aprimorar a expansão da consciência humana.



Desta teorização “ORDO AB CHAOS” inspirada numa Inteligência Suprema, inteligência que arquitetou o grande edifício cósmico, foi que, na Maçonaria essa tradição se fundamentou no ensinamento de que é do conflito dos opostos (Luz e Trevas, Bem e Mal, Vício e a Virtude), perante a lei da Causa e Efeito, que o homem constrói com retidão a sua vida pessoal, profissional e familiar. Por isso o Maçom é desafiado a refletir sobre o que é a virtude. Por isto que no ritual de Iniciação o iniciado é informado de que a virtude é uma disposição da alma para a Luz e que o induz à prática do bem, enquanto o vício é o mau hábito, a desgraçada escuridão que o arrasta para o mal, mas de onde ele deve ressurgir como a Fênix, para que, através da virtude, fruto da sua experiência vivida, tudo possa colocar em ordem novamente.


Entretanto, na maçonaria esotérica, “ORDO ab CHAOS” vai além do princípio da dualidade Caos e Ordem, Vida e Morte, Luz e Trevas, Bem e Mal.


Para nós, maçons místicos, quando alcançamos o grau cujo lema é “Ordo ab Chaos”, aprendemos que da mesma forma como Deus criou o universo e os seres, assim também, nós humanos, imagem e semelhança de Deus, criamos nosso universo e nossos deuses.


Sem medo das críticas, afirmamos que os santos católicos, assim como as entidades da umbanda e os servidores da Magia do Caos são deuses criados pelos homens para lhes auxiliar durante a sua existência terrena.


Obviamente que existem forças cósmicas e planetárias, que os antigos interpretaram como divindades. Falamos aqui dos regentes planetários, também chamados Orixás, Divindades Egípcias, Gregas e Romanas, que nada mais são que arquétipos de tais energias e identificadas com nomes e imagens elaboradas pelos próprios humanos.


Assim, os deuses nórdicos e egípcios, as divindades do panteão greco-romano ou de qualquer outro culto, nada mais são que criações da mente humana que cristalizam na sua imaginação formas que serão incorporadas por essas energias arquetípicas, ou seja, a energia da guerra, do amor, da morte, da vida, da justiça etc. já existente, porém o homem cria uma nova forma para essas energias, conforme sua cultura e Eon.





Assim, a característica semelhante que há entre os diferentes deuses e as diversas entidades da umbanda, os distintos santos católicos e ou qualquer outro servidor está na concepção que ocorreu a partir dos desejos e necessidades humanas, que criaram “novas roupagens” conforme a sua época para tais energias arquetípicas.


A partir do momento em que essas entidades são concebidas na imaginação humana, cria-se energeticamente no astral uma egrégora que será alimentada e fortalecida à medida que "mais pessoas e mais pessoas" acreditem nelas e a elas devotem suas energias através das suas preces e oferendas.


Quando se diz que “Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança”, o inverso também se aplica, sendo líquido e certo afirmar que “a humanidade criou os deuses à sua imagem e semelhança”. Eis por que nas mitologias dos antigos, nós encontramos o deus da justiça e do Trovão aparecendo como o loiro Thor (para os nórdicos), mas na forma do negro Xangô para os africanos Iorubás.




Da mesma forma, muitos dos santos católicos foram criados pela imaginação dos sacerdotes, cujas criações mentais foram e são alimentadas pelas forças da natureza e também (e especialmente) pela fé dos seus adeptos.


Da mesma forma como os Gregos criaram histórias biográficas dos seus deuses, que hoje são classificadas por nós como mitologias, no século XVII a Igreja Católica criou a ciência da "hagiografia", ciência que descreve a história de vida de um Santo para autenticar a sua existência, de forma a fortalecer a fé do adepto que irá, doravante, alimentar esta divindade criada.


Assim, para finalizar, reitero que “Deus criou o homem a sua imagem e semelhança”, da mesma forma como "o homem criou seus deuses a sua imagem e semelhança”. Afirmo ainda, que os santos católicos, as entidades de umbanda e demais divindade das antigas mitologias (Pagã, Egípcia, Grega e Romana) são deuses criados pela mente ou imaginação humana, são egrégoras alimentadas com sangue humano, sangue animal, seiva vegetal, suor e sêmen do adepto, oferendas, fé e demais sacrifícios.


Quando se diz “Ordo ab Chaos”, podemos compreender que “a partir do momento em que sua vida está um caos, quando seus vícios pessoais levam-no para o lado sombrio da vida, a luz da sua mente, unida ao seus sentimento, criam essas divindades", assim como um grupo, ordem ou igreja cria a sua egrégora em torno delas, egrégoras ou divindades que serão fortalecidas à medida que mais e mais pessoas acreditarem nelas e a alimentarem como preces, orações, oferendas e demais sacrifícios.


Boa jornada.


FR+ Irmão Leigo

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